terça-feira, 19 de março

Todas as nações e a plantação de igrejas

Ouvir Artigo

A Grande Comissão. Nem a palavra “grande” nem a palavra “comissão” estão no texto, mas a descrição é apropriada. Essa “ordem, encargo ou direção autoritativa” é “ampla, extrema e notável de um modo incomum” (as expressões são tomadas de definições do dicionário para ambas as palavras). Mas por quê?

O escopo principal do mandato está contido nestas pequenas palavras: todas as nações. A expressão é traduzida do grego panta ta ethn?. Com freqüência, ela é objeto de importante discussão. Quando muitas pessoas ouvem ethn?, ou “nações”, elas pensam em países. Mas, quando Jesus falou essas palavras, não havia países do modo como conhecemos hoje. O estado-nação é uma invenção da era moderna. Nos dias de Jesus, havia grupos populacionais e havia impérios. Então, Jesus falava de povos – todos os povos.

Quando Jesus disse “de todas as nações”, ele não se referia exatamente ao que os missiologistas gostariam que eu lesse no texto – como se ele estivesse falando de onze mil grupos populacionais etnolinguísticos existentes no mundo hoje. Contudo, ele pretendia se referir a mais do que a meramente aos não-judeus ou gentios. Ele falava a um povo judeu que sabia que Deus criou as nações em Babel (Gênesis 11.9), chamou as nações “até Jerusalém” (Isaías 2), exibiu as línguas das nações em Pentecostes (Atos 2) e será adorado por homens e mulheres de toda língua, tribo e nação eternamente (Apocalipse 7).

Em outras palavras, quando Jesus falou sobre ir às nações, os ouvintes do seu tempo entendiam a imensidão dessa notável tarefa. A idéia de “as nações” não era nova para eles – embora Jesus estivesse mudando o modo como o povo de Deus lidaria com elas.

Ao falar acerca das nações, Jesus reverteu a direção da missão. Não eram mais as nações que deveriam ir até Jerusalém (Isaías 2), mas os discípulos que agora deveriam ir de Jerusalém (Atos 1.8).

Ao ouvirem essas palavras, os discípulos entraram em ação. O que eles fizeram revela o que eles pensavam que Jesus queria dizer ao ordenar-lhes que fossem a todas as nações. Eles foram a todas as nações – e plantaram igrejas. E nós deveríamos fazer o mesmo.

A Grande Comissão sem um foco nas nações está perdendo de vista o seu contexto bíblico, a atitude dos discípulos e o lugar que ela ocupa na missão de Deus. A Grande Comissão sem um foco na plantação de igrejas está perdendo de vista o que eles fizeram ao ouvirem a Grande Comissão.

Quando Jesus disse: “todas as nações”, ele redirecionou a missão e enviou o seu povo para as nações. Dependendo de quem conta e de como se conta, há mais de seis mil grupos populacionais não alcançados. Pouco menos de três mil deles são povos não engajados, significando que há pouco ou nenhum testemunho presente.

As nações importam na Grande Comissão, e Deus nos chama a plantarmos igrejas entre essas (e outras) nações. Elas precisam de novas igrejas plantadas.

A sua nação, onde quer que você esteja lendo isto, está entre as nações. Onde quer que você esteja lendo isto, essa passagem se aplica. Plantar igrejas deve acontecer em sua nação, assim como em todas as nações. Algumas vezes isso ocorre porque as nações moram em nossa nação. Apenas nos Estados Unidos, há mais de quinhentos grupos populacionais não engajados, não alcançados.

Em uma pesquisa do Gordon-Conwell Theological Seminary divulgada no ano passado, o missiólogo Todd M. Johnson e sua equipe descobriram que quase vinte por cento dos não cristãos na América do Norte não conhecem pessoalmente um cristão. Mais de setenta e cinco por cento dos sikhs, hindus e jains que moram nos EUA não conhecem um cristão. O mesmo é verdade para mais de sessenta e cinco por cento de budistas, xintoístas, taoístas, zoroastristas e praticantes de religiões populares chinesas. Até mesmo quarenta e dois por cento dos mulçumanos reconhecem que não têm proximidade com nenhum cristão. Eles precisam de novas igrejas plantadas.

Mas mesmo pessoas na cultura majoritária precisam de novas igrejas. A igreja é central à missão de Deus de proclamar a história de Jesus a todo homem, mulher e criança. Ao olharmos para o Novo Testamento, vemos que a plantação intencional de igrejas, sob a condução do Espírito Santo, era um método chave usado pelas igrejas primitivas para obedecerem à ordem de Jesus. Isso deveria ser verdade hoje. E isso inclui plantar igrejas em centros urbanos, áreas nobres em crescimento, comunidades rurais e por aí vai. Eles precisam de novas igrejas plantadas.

A Grande Comissão não pode ser cumprida sem plantação de igrejas. Jesus nos disse para discipularmos, batizarmos e ensinarmos. Essas três coisas são feitas no contexto de uma igreja local. Se você deseja ver pessoas tornarem-se discípulas, serem batizadas e ensinadas na Palavra de Deus, seja em uma grande cidade americana ou em uma vila rural asiática, a plantação de igrejas deve ser um dos meios.

Alguém plantou a igreja que você frequenta. Alguém plantou a igreja de onde alguém veio e lhe falou do evangelho. Alguém plantou a igreja onde você era um novo discípulo, foi batizado e recebeu ensino pela primeira vez.

Não deixe que a sua igreja seja um beco-sem-saída para a Grande Comissão. As nações – e os perdidos desta nação – precisam de mais. Eles precisam de novas igrejas plantadas.


Autor: Ed Stetzer

Dr. Ed Stetzer é pastor da Grace Church em Hendersonville, Tennessee, EUA, e presidente da LifeWay Research. Ele é o autor de Subversive Kingdom: Living as Agents of Gospel Transformation [“Reino subversivo: vivendo como agentes de transformação pelo evangelho”, sem tradução em português].

Parceiro: Ministério Ligonier

Ministério Ligonier
Ministério do pastor R.C. Sproul que procura apresentar a verdade das Escrituras, através diversos recursos multimídia.

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

Veja Também

EVANGELHO

O evangelho de Jesus Cristo – Paul Washer #EnsinoFiel 023

Nesta marcante mensagem do Pr Paul Washer, aprenda sobre o que é o evangelho de Cristo Jesus e também sobre as devidas implicações de viver esta mensagem e a responsabilidade de pregá-la.