quinta-feira, 28 de março

Quanto um pastor deve contar para sua esposa?

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Pastores conhecem informações privilegiadas não só por causa da posição que ocupam, mas também por causa da influência que têm. A confiança já foi estabelecida. A ajuda foi oferecida e aceita. As ovelhas encontram no pastor um lugar seguro para compartilhar informações pessoais profundas. Mas essa relação se torna complicada quando pastores recebem informações pessoais confidenciais e precisam buscar ajuda para saber como lidar com a situação com sabedoria.

A esposa do pastor complica a questão da confidencialidade ainda mais. Afinal, ela é a auxiliadora do pastor. Ela cuida dele diariamente. Quando ele chega em casa para jantar, ela vê o fardo que está sobre ele. Ela sofre as consequências de sua mente distraída. Ela lida com suas respostas curtas. E ela naturalmente quer saber, “O que está acontecendo?”

Então, quanto um pastor pode compartilhar com sua esposa? Um pastor deve esconder determinadas coisas de sua esposa? Para que tenhamos uma perspectiva equilibrada, vou deixar minha esposa responder – a esposa de um pastor.

A Esposa do Pastor: A Perspectiva Dela

Nós não precisamos saber de tudo que acontece no ministério de nossos maridos. Não é de nossa conta saber qual é a sujeira que há em cada membro da igreja. Também não temos a responsabilidade de estarmos envolvidas nas situações de aconselhamento. Mas às vezes nossos maridos precisam conversar sobre o que está acontecendo e precisam dos nossos conselhos para saber como aconselhar um determinado membro. Por causa da experiência que temos, talvez sejamos a pessoa apropriada para ajudar um membro da igreja. Mas precisamos responder com muito temor e tremor, pois a informação traz consigo a tentação de compartilhar.

Nem todas as mulheres são tentadas a fofocar, mas vamos encarar a realidade, irmãs – há um motivo para Tito 2 advertir contra a fofoca entre as mulheres mais velhas. Mesmo que você seja jovem, tome cuidado para não se tornar como essa fofoqueira mais velha.

Então, irmãs, não exija informações de seus maridos que eles não podem dar ou que eles não veem benefício em dar. Meu marido toma cuidado com o tipo de informação que ele compartilha comigo, especialmente sobre outros homens da igreja. Por exemplo, saber quem são os homens da igreja que têm problemas com pornografia é desnecessário, inútil e pode ser prejudicial. Às vezes, compartilhar uma informação pode ser uma violação de confidencialidade, o que pode ter consequências jurídicas.

Quando recebemos uma informação, nosso marido precisa confiar que não vamos contar para nossas melhores amigas. E compartilhar informação na forma de um pedido de oração não deixa de ser uma fofoca. Se não temos a capacidade de preservar a confidencialidade de uma informação, não precisamos ficar sabendo.

Tendo dito isso, se uma informação confidencial será compartilhada conosco é algo que deve ficar a critério de nossos maridos. Meu marido já me envolveu em diversas situações de aconselhamento com as mulheres de nossa igreja, tanto como uma forma de se proteger quanto porque, em alguns casos, eu tinha algo a acrescentar. Ele não se encontra sozinho com mulheres. Eu confio que meu marido não se coloca em situações comprometedoras e ele é rápido para me incluir em situações que podem envolver um problema de decoro. Mas ele também sabe que pode confiar em mim em situações assim. De fato, as pessoas de nossa igreja sabem que eu sou confiável em situações assim. Eu não repasso nenhuma informação sem a permissão da pessoa que me contou e eu normalmente nem peço para compartilhar informações, a menos que a pessoa dê a entender que quer que eu fale com alguém. O ministério de nosso marido pode ser muito prejudicado se ficarmos conhecidas como fofoqueiras na igreja.

Esposa, Não Pastora

Pastores, para haver equilíbrio, precisamos ser bons guias para as nossas esposas. Se desviarmos demais para um lado, estaremos afastando nossas esposas dos nossos corações, como se não fôssemos íntimos. Se desviarmos demais para o outro lado, ela pode se sentir aprisionada em situações em que ela não tem voz ou solução. Lembre-se que ela é sua esposa, não uma pastora. Para beneficiá-la e beneficiar outras pessoas, ela pode ser incluída, mas ela não é obrigada e não tem o chamado para carregar os mesmos fardos.

Dicas para pastores sobre como lidar com questões confidenciais com sua esposa:

  • Obtenha, desde o princípio, autorização para conversar sobre questões confidenciais com outros pastores, com sua esposa ou com outras mulheres cristãs maduras quando for lidar com questões femininas sensíveis em que a ajuda e o ponto de vista de outras mulheres seria benéfico.
  • Inclua sua esposa quando for benéfico para ela, para a situação e para a capacidade dela de cuidar de você como sua auxiliadora. Certifique-se que você foi autorizado a falar pela pessoa que compartilhou essa informação confidencial.
  • Lembre-se que ela não é uma pastora. Esteja atento para protegê-la!

 

Tradução: Frank Brito.

Revisão: Filipe Castelo Branco.


Autor: Brian Croft

Brian Croft é o pastor efetivo da Auburndale Baptist Church em Louisville, Kentucky. Ele também é autor de "Visit the Sick: Ministering God’s Grace in Times of Illness”, (Prefácio de Mark Dever) e "Test, Train, Affirm, and Send Into Ministry: Recovering the Local Church’s Responsibility to the External Call", (Prefácio de R. Albert Mohler Jr). Brian escreve regularmente no blog Practical Shepherding.

Parceiro: Practical Shepherding

Practical Shepherding
O ministério Practical Shepherding visa equipar pastores e líderes de igrejas nas questões práticas do ministério.

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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